[Resenha] Stan Lee – A Biografia em Quadrinhos

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Stanley Martin Lieber, ou simplesmente Stan Lee para quem não sabe foi o pioneiro criador das principais figuras icônicas da Marvel, ele foi além de tudo, uma peça essencial no desenvolvimento da empresa e a sua consolidação no mercado de entretenimento.

Recentemente a editora Geektopia (Novo Século) lançou a biografia dessa mente brilhante em um formato de HQ, pouco convencional para o gênero, mas que se encaixa perfeitamente na proposta apresentada, além de criar uma sensação metalinguística ao leitor que lê em um quadrinho, a história de alguém que praticamente os criou, ou melhor, os consolidou como um influente veiculo de entretenimento que caminha entre o casual e o crítico.

Stan Lee é carismático e bem humorado, e isso fica bem claro logo na introdução da HQ, que é narrada praticamente toda em primeira pessoa, permitindo que o narrador personagem conduza a linha temporal da história junto do leitor. Stan se mostra muito mais comum do que todos podem imaginar, sua infância foi turbulenta e sem grandes expectativas, exceto a de crescer rápido, para conseguir um emprego e ajudar a família que estava passando por dificuldades financeiras.

Na obra temos um garoto comum, com objetivo simples e compreensível, mas que graças a sua determinação e sorte, consegue arranjar o emprego certo na hora certa, permitindo que ele desenvolvesse suas técnicas e motivações se descobrindo como profissional em uma área que embora ele amasse, nunca havia cogitado a possibilidade de trabalhar.

Os traços da HQ não surpreendem, longe disso, são simples e funcionais, mas não chegam a impressionar. No entanto ainda funcionam muito bem na proposta, principalmente quando inserem ilustrações dos quadrinhos reais feitos por Stan Lee.

 

Stan Lee - Marvel

 

Mais do que apenas Stan Lee, a obra se mostra engajada em contar sobre o inicio da Marvel, e as pessoas que fizeram parte do grupo para que hoje ele se tornasse a potência que é. A concorrente, DC Comics, também marca presença na narração, enfatizando de forma subjetiva a sua importância na hora de estabelecer uma concorrência grande e eficiente para alavancar a qualidade de ambas as editoras, afinal, enquanto de um lado os fãs discutem para saber qual das duas é melhor, do outro temos os empresários que tentam a todo custo entregar um material acima da média para dominar o mercado, sendo assim quem mais lucra somos nós com a alta qualidade e opções de compra.

Momentos históricos e seus respectivos impactos também são ressaltados, principalmente o selo CCA (Comics Code Authority) criado com base nos estudos moralistas do psiquiatra Fredric Wertham, a fim de censurar HQs que promovessem violência ou “incitasse” o uso de drogas. Aqui abre-se também uma discussão que até hoje é corriqueira nos EUA, acerca da influência do entretenimento na sociedade.

Bem escrita e envolvente, a história no final das contas ultrapassa os limites de agradar os fãs e torna-se um ótimo objeto de conhecimento para quem gostaria de saber mais sobre a nona arte, suas origens e influências. É uma leitura repleta de cultura e valida para todos os públicos.

 

Ele também enviou um recado para os fãs brasileiros: