Mantendo os Padrões de qualidade das séries Netflix, chega o remake de Um Drink no Inferno, agora como uma série de 10 episódios que por sinal já foi confirmada para segunda temporada.
A Série como muitos já sabem é uma adaptação do terror trash de 1995 que contou com Quentin Tarantino e George Clooney no papel dos irmão Gecko tudo sobe a direção de Robert Rodriguez. Desde seu início as comparações com o filme original são inevitáveis e de fato haviam muitas semelhanças que fazia parecer uma versão estendida do original, mas no decorrer dos episódios percebemos as mudanças começando pela introdução de um sentido na historia.
Assim como o filme, a série conta a historia dos irmão Geckos tentando atravessar a fronteira para chegar no México e concluir o acordo com um traficante conhecido como Carlos, nessa missão eles sequestram a família Fuller para usá-los como meio de atravessar a fronteira, por fim quando pensam que a recompensa esta próxima eles acabam em um local dominado por criaturas bizarras, que procuram alcançar a liberdade e pairar pela terra livremente.
A Principio tudo começa de uma maneira misteriosa, e com uma qualidade questionável, as primeiras introduções na historia foram um tanto fracas e as atuações bem mornas ao comparar com o elenco original repleto de estrelas, porem as coisas vão mudando, os personagens vão se desenvolvendo e os atores acompanham a evolução, o roteiro é bem consistente fazendo uma série de ligações mitológicas para com a missão dos irmãos Gecko, que a principio estava apenas cumprindo seus papeis como assaltantes contratados, mas no fim ganham uma razão para tornar realidade uma velha lenda, eu particularmente adorei esse suspense e a lenda mitológica criada por trás das criaturas que se assemelham com vampiros mas são mais descritas como uma mistura de cobras com humanos. A Forma com que a série se desenvolve deixa você intrigado sem saber se o próximo acontecimento será como no filme ou não, se um determinado personagem ira ou não morrer e como eles escaparão do templo das criaturas são alguns fatores que fazem com que você continue.
A forma com que a família Fuller se aproximam dos seus sequestradores é muito bem feita de maneira que os Gecko e os Fuller se tornam uma unica família, Seth Gecko ( D.J. Cotrona) é o irmão mais velho e o responsável pelo humor da série, mesmo nos piores momentos ele soltava uma fala debochada sobre a situação, já Richard (Zane Holtz) é mais sério e apresenta um comportamento perturbado e sombrio, algo que é tratado de forma bem diferente do original, em que ele era apenas instável, A família Fuller se mantem em conflito durante toda a série, buscando explicações para tudo que estava acontecendo em suas vidas.
Já nos últimos episódios percebemos como tudo estava conectado, e o porque de cada uma daquelas pessoas estarem presas naquele templo repleto de criaturas horríveis, tudo é explicado e amarrado deixando apenas algumas pontas para próxima temporada e isso foi uma das coisas que me conquistou e mostrou a superioridade da série, embora que o filme original nunca tenha tido objetivo de dar uma razão para os acontecimentos eu achei necessário e foi o que a série fez, esse fato não agradou muitos, principalmente os fãs de trasheira que esperavam uma série com menas historia e mais sangue e ação.
Um ponto fraco que me incomodou foi o ranger Gonzalez, um personagem novo introduzido pela série e com uma unica motivação, “vingança”, após a morte de seu companheiro ele larga sua esposa e sua filha para poder se vingar dos Gecko, além do próprio personagem ter sido mal construído, Jesse Garcia não convence no papel, a falta de carisma do ator torna todas suas cenas chatas e cansativas ao ponto de que eu torcia pela sua morte em todos os episódios.
O que dizer do elenco dessa série? No inicio não dei muita confiança aos atores, duvidei que dariam conta de substituir Quentin Tarantino,George Clooney e Salma Hayek, mas conseguiram de uma forma exemplar e muito bem construída, acabei por me apegar ao dois irmão Gecko e suas falas irônicas, além da linda e sensual Eiza Gonzalez no papel de Santánico que a cada episodio se destaca mais, graças a essas belas atuações combinadas com uma bela equipe de roteiristas resultou em grandes personagens, muito bem trabalhados e desenvolvido, abrindo uma exceção para o ranger Gonzalez como eu ja disse acima. A fotografia e direção também não deixam a desejar assim como na maioria das produções do Netflix.
A série é ótima, eu particularmente achei muito melhor que o filme, mas ainda assim tem quem diga o contrario, de qualquer forma atualmente ela é uma das melhores séries do gênero.
Nota: 8,5