O conhecido mestre do suspense é um dos meus diretores favoritos, então resolvi bolar um top 5 de filmes pra quem quer conhecer um pouco mais de seu trabalho, mas não sabe por onde começar. Deixo claro que essa não é uma lista dos preferidos, ou dos melhores, apenas uma listagem de filmes para “iniciantes”, embora tenha sido influenciada pelo meu gosto pessoal, afinal ninguém é de ferro.
1. Psicose (1960)
Nenhuma surpresa aqui, “Psicose” é o filme mais popular do diretor, e não é pra menos, ele lutou muito para conseguir levar para as telonas o livro homônimo de Robert Bloch, chegando até a hipotecar sua casa para financiá-lo.
Em Psicose vemos Janet Leigh encarnando um mulher apaixonada, ambiciosa e com muito dinheiro nas mãos. Sendo procurada pela polícia ela acaba indo parar no Motel Bates, onde conhece Norman Bates, um rapaz simpático de acolhedor que a intriga em suas conversas e hobbies estranhos.
“Psicose” é um excelente thriller/horror que entrou para história do cinema – não só por ser o primeiro filme a mostrar uma privada – mas por ter personagens complexos sem aquela distinção clichê entre bem/mal ou sanidade/loucura, e pela enorme ousadia de seu diretor, que lutou até o fim, desafiou produtores, amigos, e o público para contar a história do amor de um garoto por sua mãe.
A premissa básica de Janela Indiscreta a é um homem que está impossibilitado de se mover e passa seu tempo assistindo seus vizinhos através de sua janela, até começar a desconfiar de algo muito errado acontece em uma delas. Ao assistir “Janela Indiscreta” vemos mais de um filme ao mesmo tempo, somos espectadores duplos, triplos, quádruplos… Atentos ao que acontece em cada janela daquela.
James Stewart e Grace Kelly estrelam a trama, que se certa forma funciona como uma metáfora a nossa posição de espectador diante do filme, o personagem de James – assim como nós – assiste há vários filmes incapacitado de fazer alguma coisa para interferir no que acontece, o que reflete exatamente a nossa posição em relação aos filmes de suspense criados pelo diretor, somos meros espectadores, torcendo para que a mocinha seja salva e o bandido seja punido, será que James Stewart nos representou bem dentro do filme? Eu acho que sim.
3.Intriga Internacional (1959)
É nesse filme que Hitchcock mostra sua habilidade em misturar o suspense que o deixou famoso com pintadas daquele humor inglês e muitas, muitas cenas de ação com pessoas sendo perseguidas por aviões, tiroteios, pessoas caindo de monumentos históricos, etc… Não houve limites dentro de “Intriga Internacional” em que um do atores favoritos de Hitchcock, Cary Grant interpreta um homem comum que é confundido com um agente secreto e passa a ser perseguido pela polícia e por criminosos perigosos.
É um filme que trabalha bem em planos afastados para dar conta de mostrar tudo aquilo que acontece no momento, para que sejamos capazes de compreender cada um das muitas reviravoltas presentes no enredo.
4. Disque M Para Matar (1954)
Debati muito entre “Disque M Para Matar” e “Festim Diabólico”, e o fato de o primeiro ser o meu favorito pesou bastante na escolha, outro ponto é que o primeiro conta com presença de Grace Kelly, o segundo não, mas ainda sim, fica aí a sugestão de “Festim Diabólico”.
Grace abrilhanta mais uma vez os olhos de Hitchcock e os nossos interpretando uma mulher milionária, casada com um ex-tenista profissional que está apenas interessado no dinheiro da esposa, quando ele descobre que ela o está traindo, teme ser trocado e perder suas regalias, então entra em contato com um antigo colega e faculdade e o contrata para matar sua esposa.
“Disque M Para Matar” é um dos melhores roteiros já dirigidos por Hitchcock, a maior parte do filme se passa numa sala de estar e todo seu suspense é sentido em diálogos instigantes entre os personagens, ao contrário de “Intriga Internacional” o que faz “Disque M” ser um filme fantástico é sua simplicidade visual, e seu cuidado com detalhes.
Em São Francisco, um detetive aposentado (James Stewart) que sofre de um terrível medo de alturas é encarregado de vigiar uma mulher (Kim Novak) com possíveis tendências suicidas, até que algo estranho acontece nesta missão.
Não posso revelar muito mais que isso sobre “Um Corpo que Cai”, este é o filme mais recorrente na lista de favoritos dos já declarados fãs do mestre, é também um dos mais exigentes, é preciso estar atento aos detalhes, pois seu desfecho é uma grande ousadia, filme complexo e intelectualmente desafiador, talvez seja demais para os “novos fãs”, mas para mim, merece ser assistido.
Menção Honrosa: Dama Oculta (1938) – A era britânica
Se gostarem, não parem por aí, tem muitas obras maravilhosas na filmografia desse cineasta. Listei os filmes em uma ordem que considero adequada para quem está começando, seja lá o que isso signifique, mas se um te interessou mais que outro comece por aí mesmo, esse cara sabe fazer filmes.