O Cine PE 2018 iniciou a sua programação na quinta-feira (31), com destaque para o lançamento do livro “Histórias do Cinema de Animação em Pernambuco” do autor Marcos Buccinios, que também marcou presença no evento. Já nos dias 01 e 02, a emoção tomou conta devido aos homenageados: Cássia Kis e Rodrigo Santoro.
Seguindo a ordem diária, o evento começou com a sua mostra competitiva de curtas-metragens do estado de Pernambuco e seguiu com o documentário “Uma Balada para Rock Lane”, que através de depoimentos de amigos e familiares, narra a história de José Leite Duarte, um homem que assume a identidade de um ator dos filmes de faroestes norte-americanos na sua época, passado a se vestir como cowboy e idealizar duelos imaginários com as crianças nas ruas da cidade de Arcoverde, no Sertão de Pernambuco. As mostras de curtas continuaram, porém agora com abrangência nacional.
O primeiro curta foi “Teodora quer dançar”, que através da direção de Samantha Col Debella, relata uma história intrigante que fisgou a atenção do público do início ao fim. O segundo a ser exibido veio de Roraima, “Balanceia”, que fala sobre uma viagem à ilha tupinambarana de Paritins, um local que talvez muitos brasileiros não conheçam. Por fim, foi exibido “Banco Brecht”, uma curta que questiona a sociedade e os tipos de violência nos quais ela é exposta diariamente, mas de forma mascarada.
Apesar de tudo, o grande momento da noite foi a homenagem à consagrada atriz Cássia Kis, que recebeu o Troféu Calunga de Ouro e que foi surpreendida ao receber os prêmios das mãos de Gabriel Leone, ambos ressaltam que tem uma relação de admiração recíproca.
Mal sabiam os expectadores que o sábado também seria de pura emoção, começando com “Cara de Rato” (PE), dirigido por Benedito Serafim que conta a história de Veridiana uma mulher, negra, pobre, vulnerável e que ainda nasceu com uma doença congênita que faz com que ela esconda o seu rosto atrás de um véu. Quando o seu pai decide deixar a casa, ela e sua mãe precisam trabalhar, enfrentar o mundo e lidar com o preconceito.
Os curtas nacionais da noite foram “Plantae”, uma animação que proporciona uma reflexão sobre as consequências irreversíveis do desmatamento e subjugação dos humanos ao demais seres vivos, e “Através de ti“, que fala sobre uma relação que quebra padrões e conta com muitas cenas picantes e, por fim, fechando a exibição, foi exibido “Vidas Cinzas” com uma narração francesa que enfatizou as consequências da crise econômica e política no estado do Rio de Janeiro.
Com o fim da exibição dos curtas, chegou o grande momento da noite, a homenagem a Rodrigo Santoro, que teve sua carreira narrada pela jornalista Graça Araújo , além de um vídeo mostrando os melhores momentos de sua vida profissional realizado pelo canal Brasil. Regado de muita emoção, o ator recebeu o Troféu Calunga de Ouro das mãos de Cássia Kis e comentou que “Bicho de Sete Cabeças” (2001) foi um grande divisor de águas para que ele pudesse seguir carreira internacional, pois foi através do filme que ele teve mais visibilidade. Com um discurso muito emocionado, Santoro falou que é preciso sonhar e lutar para conseguir chegar em algum lugar e agradeceu ao festival pelo reconhecimento.
A noite chegou ao fim com a projeção dos longas, “Marcha Cega”, de Gabriel Di Giacomo e “Dias Vazios”, de Robney Bruno Almeida.