Crítica: Army of the Dead – Invasão em Las Vegas

Após uma longa espera enfim chegou no catálogo da Netflix o novo filme de Zack Snyder, Army of the Dead – Invasão em Las Vegas, a produção marca o retorno do diretor ao gênero que o consagrou no passado com Madrugada dos Mortos.

Na trama temos Scott Ward (Dave Bautista), um desabrigado de Vegas e ex-herói da guerra zumbi que agora vende hambúrgueres nos arredores da cidade, é abordado pelo magnata dos cassinos Bly Tanaka (Hiroyuki Sanada) com uma proposta tentadora: invadir a cidade cheia de zumbis para roubar 200 milhões de dólares de um cofre antes de o governo bombardear Vegas em 32 horas, agora Ward deverá convocar um grupo de soldados de elite para essa missão suicida em Las Vegas.

Após uma série de trabalhos com super-heróis cada vez mais pretensiosos e mirando mais alto do que era capaz de desenvolver, esperava-se que Snyder usasse esse recesso através de Army of Dead e construísse um filme menor onde realçasse seus estilismos e técnicas cinematográficas, porém ao assumir o roteiro isso acaba fazendo com que o filme carreguer muitos dos problemas que Sucker Punch também teve no passado.

Snyder é um diretor com uma marca bem forte e que consegue deixar um certo impacto e até sensibilidade em momentos de suas histórias, mas ele não possui um bom controle de narrativa e de diálogos, os seus maiores sucessos se deram ao se aliar com um texto sólido de outro roteirista e isso fica visível aqui, afinal essa é produção que assim como Madrugada dos Mortos necessitou muito de uma abordagem sincera de filme B de ação e horror, mas isso acaba sendo visto somente em pequenos momentos no começo e no fim do filme.

Há contudo certas qualidades no filme, a produção tem muitos aspectos mitológicos interessantes que renderiam um universo de zumbis fora do comum e poderiam até dar uma certa renovada nesse gênero com toda uma questão de diferentes tipos de zumbis e uma hierarquia de força e capacidades mentais entre eles.

Porém o filme em sua duração longa acaba decidindo por criar diversas cenas para relações com os personagens que não fluem como deveriam, o que pode deixar a experiência cansativa nos primeiros 40 minutos.

Entretanto, o elenco é um bom acerto com nomes como a comediante Tig Notaro (atriz que Hollywood deveria realmente dar mais chances para se destacar em filmes de ação), a carismática Nora Arnezeder, o bom alívio cômico de Matthias Schweighöfer, fora o próprio Dave Bautista que possui boa presença dentro do filme, porém o filme peca na direção de atores, algo que Zack Snyder vem tendo dificuldades desde seus últimos filmes de heróis aqui fica um defeito mais marcante.

Army of the Dead – Invasão em Las Vegas é um filme que apresenta bons conceitos de mitologia e um bom elenco que poderiam abraçar tanto a megalomania do diretor como a trasheira indicada pela trama, mas Snyder ainda está um tanto cansado e em um período de transição, além de carregar ainda problemas narrativos de outros filmes.

Acredito que dependendo da expectativa que você tiver será possível se divertir, tanto com as bizarrices propostas pelos inimigos como também com certos atore bem investidos da trama, além de se tratar de um filme simples de ação com zumbis diferenciados e mesmo não acertando nos pontos certos ainda carrega um bom potencial para um universo de franquias.

Agora é esperar que os próximos projetos sejam melhor trabalhados para que esse universo possa alcançar todo o seu potencial.