Crítica: Doctor Who – A Fera Estelar

Doctor Who voltou através da Disney+ para comemorar os 60 anos da longa e icônica série de ficção científica da BBC, mas agora com trazendo de volta Russell T. Davies que foi o showrunner dos anos 2000 e com Catherine Tate e David Tennant no elenco.

Em A Fera Estelar vemos o Doutor (David Tennant) após sua regeneração pousando em Londres onde encontra Donna Noble (Catherine Tate), que ainda não se lembra dele. Mas tudo se complica quando uma nave espacial pousa nas proximidades forçando o Doutor a investigar enquanto a filha trans de Donna, Rose (Yasmin Finney) encontra com uma criatura adorável chamada Meep (Miriam Margolyes) que foge de dos Guerreiros Wrath e da UNIT.

O especial tem direção de Rachel Talalay que já dirigiu os melhores episódios de quando Peter Capaldi era o Doutor como The Doctor Falls e Heaven Sent, além de ter sido responsável pela despedida de Jodia Whittaker em The Power of the Doctor.

A história aqui é sem grandes compromissos, nostálgica ao nos lembrar das aventuras mais simples do Décimo Doutor de David Tennant e cheia de novidades na sua narrativa seja pelo fato de que o Décimo Quarto Doutor reúne elementos das versões de Matt Smith, Jodie e Capaldi ou pelos elementos visuais que abraçam ainda mais esse lado fantástico dos absurdos de Doctor Who.

O bom humor e melodrama de Russell T. Davies se misturam muito bem onde temos o perigo do retorno das memórias de Donna Noble e os mistérios ao redor de Meep e da volta do rosto do Décimo Doutor, as resoluções são emocionais e muito bem pensadas ao conectar temáticas e vivências LGBT com as regras de ficção científica.

A química entre Tennant e Tate está melhor do que nunca, agora explorando alguns tons sombrios e mais dramáticos que são flertados e devem ser mais focados nos próximos especiais, mostrando que a comemoração deverá sentir influências das eras anteriores dentro dos personagens e não será apenas uma nostalgia barata com nossas lembranças do romântico herói de Tennant.

A produção também se destaca na criação de cenários e designs de alienígenas que honram a HQ na qual essa história se baseia só que com adaptações para o contexto da série atual, a jornada de Doutor e Donna se inicia muito bem e deve levar até a regeneração dele no Décimo Quinto Doutor que será vivido por Ncuti Gatwa.

É notável que a série pretende renovar seu público e recuperar a popularidade que sumiu nos últimos anos com até mesmo uma introdução no início do especial buscando explicar certos pontos sobre a história, além disso se trata de uma nova versão que evoca novos tempos para Doctor Who em representações e na criatividade.

A série sempre teve em suas bases uma ficção cientifica absurda, melodramas e grandes aventuras, mas também sempre foi sobre empatia, posições políticas e bons valores passados para pessoas de todas as idades.

Se você já se afastou ou quis começar a ver Doctor Who, esse é o momento.