Crítica: Doctor Who – A Risadinha

A Risadinha é o terceiro e último dos especiais de Doctor Who com David Tennant e Catherine Tate trazendo de volta o vilão da série clássica Toymaker que é vivido nessa versão por Neil Patrick Harris.

Na trama, Doutor e Donna precisam auxiliar a UNIT quando uma risada de um boneco misterioso começa a levar a a humanidade para a loucura explorando o pior dela, enquanto Doutor precisa confrontar todos os seus traumas deixados no passado.

Ao longo do episódio vemos a historia conseguir mesclar diversos elementos que vão aumentando cada vez mais a escala de perigos e deixam a experiência mais envolvente como o melodrama das relações emocionais do Doutor, o horror bizarro de Toymaker, o senso de humor cartunesco que surgem em meio a um grande perigo do vilão e uma sátira social esperta em como usa da loucura da humanidade para criar um comentário sobre fascismo e propaganda.

De todos esses especiais esse é o que aproveita melhor a atuação dramática de David Tennant, vemos diversas nuances sobre suas perdas, dilemas e sua preocupação com aqueles ao seu redor enquanto ele é testado constantemente pelo Toymaker em uma performance divertida e repleta de ameaça do Neil Patrick Harris.

Nesse especial também temos grandes reviravoltas e mudanças que drasticamente inserem novos conceitos para a mitologia de Doctor Who quando enfim vemos a entrada de Ncuti Gatwa para o papel de Doutor no clímax dessa narrativa, oferecendo ao público um certo gosto dessas clássicas histórias “Multi-Doctor” comemorativas da série.

Muito será discutido sobre o cânone e sobre o que muda ou não em Doctor Who, mas são meros detalhes perto das escolhas feitas que trazem uma conclusão do Décimo Quarto Doutor que aposta muito mais em felicidade e cura do que em remoer tragédias atrás de tragédias.

Os três especiais são menos sobre fanservice, mas é inegável que são sobre o respeito que Doctor Who merece e sobre tudo aquilo que fez muitos se tornarem fãs com seus mistérios intrigantes, os vilões extravagantes que desafiam o Doutor ou as aventuras cheias de correrias e grande coração.

Doctor Who mais uma vez se reinventa e se regenera nessa nova versão com Ncuti Gatwa que já aparece cheio de energia, humor e charme prometendo muito para o futuro da série que recomeçará em breve com o Especial de Natal.