David Fincher nunca erra. Mindhunter é mais uma das produções que servem para reafirmar a impecabilidade do diretor e, se a primeira temporada conseguiu ser ótima, em seu segundo ano a série está melhor ainda. Crítica: Mindhunter – 2ª temporada

O que mais uma vez impressiona e ganha notoriedade é a atuação e caracterização do elenco. Anteriormente, o ator Cameron Britton se destacou pela semelhança física e interpretação extremamente precisa do serial killer Ed Kemper, o que lhe rendeu uma indicação ao Emmy. O personagem, inclusive, faz uma participação especial nessa segunda temporada.

Dessa vez, quem chama bastante atenção é o ator Damon Herriman, atuando como o serial killer Charles Manson, que ficou mundialmente conhecido por comandar um massacre de cinco pessoas em Los Angeles, incluindo a atriz Sharon Tate, grávida de oito meses e morta brutalmente a facadas.

Damon Herriman interpreta Manson de maneira tão impecável que também atuou como o serial killer no filme “Era uma vez em Hollywood”, de Quentin Tarantino. A aparição de Manson na série é rápida, mas não deixa de ser muito marcante.

O foco principal dessa segunda temporada é no caso conhecido como “Atlanta Child Murders”, uma série de assassinatos a crianças e jovens negros, que ocorreram em Atlanta, de 1979 a 1981.

Os agentes Holden Ford (Jonathan Groff) e Bill Tench  (Holt McCallany) são enviados até Atlanta para utilizar seus conhecimentos na tentativa de descobrir quem está por trás da onda de assassinatos. Para isso, eles contam com a ajuda de Jim Barney (Cr), um dos policiais mais empenhados em prender o assassino.

A produção tem uma grande preocupação com mínimos detalhes, entregando assim, uma reconstituição extremamente fiel da época em que a série se passa, dos crimes e dos envolvidos. Os acontecimento reais são retratados de forma tão grandiosa cinematograficamente que fica difícil de se acreditar que não são frutos da ficção apenas.

O único aspecto a se lamentar é que Wendy (Anna Torv) não teve uma participação de destaque nessa temporada. A atriz é incrível e talentosíssima, mas o arco da personagem não chamou muita atenção, talvez tenha sido ofuscado pelo enredo principal.

Mindhunter é uma série que segue um ritmo próprio, melancólico e consegue com facilidade seduzir o espectador para dentro do drama psicológico e investigativo do show.  Atuação, caracterização, fotografia e trilha sonora convergem entre si, entregando uma obra-prima digna de aclamação.

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