Tudo começou no livro homônimo de Jack London, lançado em 1903, que acabou derivando no ano de 1935 “O Grito da Selva”, com Clark Gable e em 1972 “Catástrofe nas Selvas” com Charlton Heston. Também teve material fílmico em 1997, uma série de TV no ano de 2000, e até material em 3D para contar sobre a história de Buck, um cachorro.

A história conta sobre a saída de Buck da cidade da Califórnia, ele precisa entrar em contato com os seus instintos mais selvagens para conseguir sobreviver em um ambiente hostil como o Alaska. A narrativa tem como o foco a jornada de Buck até o seu lugar ao sol, quem disse que os pets não passam perrengues para sobreviver?

No primeiro momento, Buck tem como dono Judge Miler (Bradley Whitford) e ele se porta como um cachorro muito travesso que foge um pouco da curva, o que começa a gerar olhares de um homem que ao ver um anúncio nos classificados de um jornal no qual comprava cachorros em troca de recompensa, ou seja, dinheiro. Ele não hesitou em vender. E aí que os perrengues começam, até ele chegar no seu próximo dono Perrault (Omar Sy), um homem de bom coração que tem uma matilha para entregar correspondência por terrenos hostis, objetivando chegar no prazo para que as pessoas tenham acesso à informação, e os cachorros empurram o trenó, mas ele os trata com tamanha consideração. Nesse período, Buck foi conhecendo os seus amigos, uns se identificaram com ele, outros não, ele precisou se adequar um local completamente novo do que estava acostumado, e o clima foi um grande fator de dificuldade para que ele pudesse se adaptar.

A passada de Sy no elenco é pontual, ele sempre com aquele sorriso espontâneo, cumpre o seu papel. Mais um desafio do Buck, é um novo dono que cruza o seu caminho, mas que não é tão gentil com ele assim Hal (Dan Steves) que faz uma espécie de mercenário e a sua companheira Mercedes (Karen Gillian) que é dispensável, pois ela é completamente desperdiçada, a sua personagem não faz qualquer diferença para a história que é narrada por Harrison Ford, que vive o John Thornton, então deduzimos que em algum momento ele vai se conectar com Buck e quando isso acontece eles desenvolvem uma ligação e companheirismo em que um cuida do outro.

Buck é um cão criado por computadores, sim, ele é! Mas, seu carisma é tanto que é possível captar o realismo empregado na técnica, ele de fato é o protagonista, e suas tramas são até que interessantes. No momento em que cruza com John (Ford) deixa o filme mais previsível, até que eles resolvem fazer uma viagem que muda a vida do cachorro que precisou passar por todos os percalços para se sentir de fato pertencido.

“O Chamado da Floresta” é um filme que vai conversar com todas as gerações, e pôr a primeira produção a ser lançada com o logo 20th Century Pictures (sem Fox) apresenta o uso da tecnologia mais aprimorado, a narrativa é condensada em dois atos, o primeiro mais dinâmico, o segundo mais arrastado, mas é uma jornada interessante de se acompanhar e perceber a nossa semelhança com os animais e a importância de preservar o espaço de cada um, seja ele racional ou irracional. Mas, cá entre nós, será que os cachorros são tão irracionais, assim?

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