Crítica: Panic (Amazon Prime Video)

Panic é baseado na obra best-seller homônimo da criadora, produtora executiva e escritora de Pânico, Lauren Oliver.

Na sinopse, a história é ambientada em uma pequena cidade chamada Carp no estado do Texas, nos Estados Unidos, onde todos os verões, os estudantes do último ano do Ensino Médio são cotados a participar de uma série de desafios e o vencedor leva um prêmio em dinheiro que pode mudar sua vida. Mas, esse ano as regras mudaram: a quantidade de dinheiro é maior e consecutivamente o jogo se tornou ainda mais perigoso.

O jogo consiste em desafios que te colocam a prova de seus próprios medos, além do medo é testado as suas fragilidades e os seus princípios. E de certa forma é um jogo representativo que mescla terror e suspense e questiona até que ponto você pode chegar para vencer.

Um ponto extremamente positivo da série são os personagens, e eles não são tratados como vilãs ou mocinhos, vítimas ou culpados, eles são seres humanos errantes e com suas motivações particulares, a protagonista Heather Nill (Olivia Welch) apesar de ter seus sonhos, também tem os pés no chão e precisa buscar uma estabilidade familiar e assumir responsabilidades para poder atingir os seus objetivos. Quando não está trabalhando ou resolvendo problemas domésticos ela passa parte do seu tempo com os seus amigos Bishop (Camron Jones) e Natalie (Jessica Sula), eles vem de uma realidade um pouco diferente principalmente no quesito financeiro, estão aguardando o verão acabar para seguirem os seus respectivos caminhos, enquanto a expectativa de Nill (Welch) é de permanecer na cidade e isso é o que ela mais teme. Por isso, ela encontra no jogo uma possibilidade de sair de casa para fazer a faculdade e garantir um futuro menos previsível.

Não tem como falar dos personagens sem mencionar, o Ray Hall (Ray Nicholson), ele se destaca por seu carisma, sensualidade e talento. Além dele, temos o misterioso Dodge Mason (Mike Faist) que também encara a competição e tem motivações bem eloquentes para participar.

O roteiro, não foca apenas nos jogo ele apresenta um pouco dos dramas familiares o que acaba enriquecendo o material são essas tramas no caso de Heather, ela mora com a sua mãe problemática (Rachel Bay Jones) e sua irmã fofa e mais nova, a Lily (Kariana Karhu). Nat (Sula) sente falta de sua mãe, Bishop (Jones) precisa lidar com as exigências do pai, o Ray (Nicholson) com o histórico familiar bem pesado e o Dodge (Faist) com fatídico acidente de sua irmã, eles se conectam por suas dores e vão sendo desenvolvidos gradativamente em cada episódio e você vai entendendo o fato deles optarem por jogar e torce por eles.

Ainda sobre a história, são interesses os mistérios que giram em torno do jogo, o primeiro, é o idealizador e o seguindo é sobre o culpado das mortes anteriores e aos olhos do Xerife Cortez (Enrique Murciano) e sua equipe, o enigma vai sendo desvendado…

E você deve está se perguntando e os jogos são legais? São sim! Uns são mais elaborados e outros menos, mas no geral você se sente muito envolvido em saber que vai ganhar e se os competidores vão finalizar o desafio, então prepara o fôlego porque é muita emoção envolvida.  Eles dão ritmo a sua trama que paralelamente vai se desdobrando cheia de plots embalados por uma trilha-sonora envolvente que conta até com lançamento de Not Going Home, da banda Tones and I.

Apesar de uma série adolescente, gênero que estamos saturados, Panic se destaca pelos detalhes, pela trama e obviamente por seus personagens que são deliciosos de acompanhar. Com 10 episódios que não caem no marasmo se consolida como a melhor série teen deste ano, até agora e atesta a qualidade da Amazon Prime Video neste nicho teen, antes visto em The Wilds, agora atestado em Panic que ganha o topo do meu coração e eu já quero a segunda temporada.