“Velozes e Furiosos 8” chegou aos cinemas e agora que pudemos assistir a essa grande obra de ação podemos trazer nossas impressões ao público e fãs que tanto aguardaram pelo novo capítulo da saga de Toretto, Hobbs e companhia.

Velozes e Furiosos é uma franquia que começou modesta, mas divertida e conforme os anos se passaram ela se remodelou, atualizou e ganhou contornos de filmes de assalto e até adquiriu uma natureza de espionagem James Bond, mas ela é mais do que isso, é uma saga que possui os últimos resquícios da era clássica de filmes de ação de testosterona dos anos 80.

Dito isso vamos à trama, que nos leva a lua-de-mel de Dom e Letty, no entanto após uma misteriosa mulher cruzar caminho com Dom ele voltará ao mundo do crime e trairá sua família, o que fará com que Luke Hobbs (Dwayne Johnson) faça uma inusitada parceria com Ian Shaw (Jason Statham).

O roteiro não é tão elaborado quanto seu antecessor, mas acerta ao dividir bem o script em estágios, cada um levando para uma grande cena de ação acompanhada de muito humor e soluções estapafúrdicas da história, mas possui seus méritos na abordagem de família que ganha contornos dramáticos graças à alguns arcos de Toretto e Shawn. A história coloca o antigo vilão lado a lado com o grupo de heróis e lhe dá uma nova jornada que ainda utiliza muitos diálogos expositivos, fora isso, o filme acerta ao abrir um espaço na trama bem igual entre Dwayne Johnson e Vin Diesel, além das interações ótimas entre os personagens.

Mas agora precisamos comentar sobre o seu elenco, que é realmente digno de Oscar com nomes como: Charlize Theron, Helen Mirren, Dwayne Johnson, Jason Statham, Vin Diesel, Kurt Russell e Scott Eastwood. Não há do que reclamar aqui, mais uma vez estão todos entrosados, no entanto, percebe-se que Kurt Russel e Helen Mirren se divertem em seus papéis, enquanto vemos Vin Diesel emplacar tons mais dramáticos e Scott Eastwood muito engraçado servindo de alívio cômico na trama. Apesar de tudo, o forte mesmo é a química de Jason Statham e Dwayne Johnson e a performance brilhante de Charlize Theron como vilã, além é claro do carisma de Dwayne que a cada filme ganha mais espaço na família de Toretto.

Mas agora vamos falar de um dos pontos mais altos de todos os filmes da franquia, as sequências de ação, mais especificamente a forma como as câmeras escolhem abordar e captar tais cenas na produção. Bem assim como qualquer outro filme da saga as cores têm um tom ensolarado e colorido como um legítimo longa para toda a família, mas ele se sobressai nos movimentos e ângulos de câmeras de suas três grandes sequências e também continua a explorar de forma ágil e criativa as lutas corpo-a-corpo usando muita velocidade, mas nos fazendo compreender tudo que está acontecendo ao redor.

Quanto a arte, não há muito que ressaltar, a produção se mantém no habitual figurino de cada personagem, entretanto existe uma construção admirável de cenários tanto na prisão como na cidade, que apesar de parecerem simples, possuem uma certa complexidade na forma como organiza o caos da ação dos locais, outro dos pontos positivos do filme.

Podemos concluir que apesar de ressalvas aqui e ali, “Velozes e Furiosos 8” mantém a diversão e carisma em foco e junto de uma grande vilã e de um elenco digno de Oscar, consegue empolgar seu público e expor a importância da franquia ter se remodelado e evoluído com o passar dos anos.

REVER GERAL
Roteiro
7
Direção
7
Atuações
8
Direção de Fotografia
8
Direção de Arte
7
Nascido em São Joaquim da Barra interior de São Paulo, sou um escritor, cineasta e autor na Cine Mundo, um cinéfilo fã de Spielberg e Guillermo del Toro, viciado em séries, leitor de quadrinhos/mangás e entusiasta de animações.