Crítica: Vozes e Vultos

“Isso eu posso declarar… O que está no Paraíso é mais real do que o que está mundo.”

Emanuel Swedenborg.

Baseado no aclamado romance All Things Cease to Appear de Elizabeth Brundage “Vozes e Vultos” conta a história de Catherine (Amanda Seyfried) e George (James Norton) são um moderno casal de Manhattan que decide se mudar para um vilarejo histórico em Hudson Valley. Porém, ao iniciar a nova vida no interior, Catherine começa a perceber fatos que nunca havia notado. Para piorar, ela passa a suspeitar que a nova casa e o seu casamento estão cercados por alguma força obscura. Os novos conflitos rivalizam com a história de seu novo lar, provocando algo completamente inesperado para o casal.

Catherine (Seyfried) é uma jovem que claramente abriu mão dos sonhos a fim de apoiar a carreira de seu marido, que vai atuar como um professor universitário em uma cidade do anterior. Ela, atuava como restauradora de obras de arte, sofre de bulimia e devido a mudança se sente sozinha por não estar tão familiarizada novo local. Já o seu marido, George (Norton) logo se entrosa com a jovem (Natalia Dyer) e despreza a sua esposa e começa a despejar comentários tóxicos e usar a sua casa apenas para dormir, enquanto, a esposa tenta se entreter dentro das poucas possibilidades que dispõe.

As relações de George acabam sendo colaborativas com a sua esposa, o professor Floyd (F. Murray Abraham) acredita na sua esposa e ele passa a ser um elo com o reino espiritual, a Justine (Rhea Seehorn) logo percebe um comportamento tóxico na relação, e passa a desenvolver um laço com Catherine e o jardineiro Eddie (Alex Neustaedter) além de ajudar nas atividades da casa, é um passatempo para Catherine em meio a solidão.

Enquanto ele trabalha, ele vai desmitificando a casa e encontrando objetos que pertenciam a antigos moradores, ela chega a procurar a Sociedade Histórica Chosen, para descobrir um pouco mais, paralelamente que a moça vai desvendando segredos da casa, também vai conhecendo uma parte narcótica do seu marido George, o homem atraente e carismático vai se construindo como um ser desprezível em suas atitudes, e o filme abre duas propostas um drama de casamento com pitadas de terror, o problema não é misturar os gêneros, é abrir várias camadas e não se comprometer a adentrar em nenhuma delas, é ser superficial e deixar de lado os desfechos que podiam ser colaborativos para trama.

Posso dizer para vocês que a produção tem alguns pontos fortes a começar pelas atuações de Amanda Seyfried que inclusive esteve indicada no Oscar, na categoria de melhor atriz em seu papel no filme Mank (2020). Aqui ela entrega uma personagem que se sente infeliz e triste com as suas próprias escolhas, e o James Norton que está na série The Nevers em exibição na HBO. Neste personagem em questão, ele consegue entregar a típica masculinidade tóxica. Um outro detalhe, é o flerte com found footage, que consegue ser colaborativo para criar um clima de tensão.

Vozes e Vultos se inspira em vida após a morte com espíritos femininos que ajudam na condução da protagonista, mas a sua trama fraca torna um filme sem potencial e esquecível.