A sétima temporada de “Game of Thrones” chegou ao fim há poucas semanas, nos proporcionando momentos grandiosos com dragões e White Walkers, um encontro entre os líderes no season finale, a redenção de Jaime Lannister e a evolução de Sansa Stark. No entanto, ainda tivemos um clima morno em vários episódios, com a falta de reviravoltas e até mesmo um melhor desenvolvimento em certos núcleos que desagradaram o público.
Agora que o hype já passou, a Cine Mundo ponderou com calma cada um dos detalhes e elaborou uma lista de erros e acertos.
O texto contém spoilers!
Os 5 erros da 7ª temporada de Game of Thrones
1 – Euron Greyjoy
Apresentado na temporada passada nos últimos episódios, Euron Greyjoy prometia ser uma interessante variável no jogo de xadrez da série, antagonizando com Yara e Theon pelo poder nas Ilhas de Ferro. No entanto, na ânsia de repetir o sucesso de Joffrey Baratheon e Ramsay Bolton, ele se tornou um personagem raso e sem um desenvolvimento cuidadoso, o que o transformou em um frequente alívio cômico, uma pena, pois a casa Greyjoy merecia mais.
História apressada
Agora entramos aqui em outro tema que dividiu opiniões pela internet, afinal boa parte considerou o ritmo coeso pois a série chegou em um ponto no qual a história precisava ser mais ágil. Vale lembrar que Game of Thrones sempre teve o arco político ocorrendo com certa velocidade, enquanto o fantasioso andando a passos mais lentos, mas nessa temporada seu erro foi a falta de desenvolvimento, pois o arco do “Esquadrão Suicida” liderado por Jon Snow precisava ocorrer ao longo de pelo menos dois episódios, além disso faltou mais diálogos para trabalhar a relação de Tyrion e Daenarys, antes da execução de cada plano idealizado por eles. Infelizmente essas decisões comprometeram o ânimo do público com a série.
Falta de equilíbrio entre os núcleos
Outro problema esteve na narrativa, fomos acostumados a assistir Game of Thrones como uma série complexa, de paladar refinado e detalhes minuciosos, pois essa era uma produção com inúmeros personagens que não cabiam todos no mesmo episódio, resultando em divisões na estrutura da temporada, mas tanto pela quantidade reduzida de episódios como pela vontade de resumir, a história acabou ficando muito mais concentrada em Jon Snow, Daenarys, Jaime, Sansa e Cersei, enquanto Tyrion, Briane, Theon, Varys e outros ficaram de lado. Até Samwell, que mesmo estando no foco da saga, terminou sendo esquecido durante boa parte dos eventos.
Saltos Temporais
Na primeira temporada tudo demorava muito para acontecer, e ao longo dos anos a série foi aos poucos utilizado um ótimo recurso narrativo, o famoso “salto temporal”, o que é bom para agilizar a trama, mas é preciso ser cauteloso em como e quando usá-lo, pois somos capazes de compreender que o tempo passou entre um evento e outro, porém quando usam várias vezes em um mesmo episódio, como aconteceu no penúltimo, nós somos tirados do ambiente de tensão e drama e ficamos deslocados da história. Um exemplo disso é quando Daenarys resgata Jon Snow e os outros guerreiros do momento de grande perigo, sem que antes nós tivéssemos a oportunidade de entender a gravidade da situação. O mesmo acontece com o salto que ocorre entre a morte de Viserion, dragão de Daenarys, fazendo com que não fosse trabalhado o momento de luto da mãe dos dragões.
5 – White Walkers
Por muito tempo nós esperamos os White Walkers chegarem até a muralha, sendo aos poucos revelados e introduzidos na mitologia da série, e a cada aparição nós ficávamos cada vez mais empolgados e apreensivos, até que o inverno finalmente chegou. Mas para a nossa infelicidade, em um ano que prometia trazer o combate entre o exército dos mortos e o dos vivos, houve pouquíssimas coisas sendo trabalhadas acerca do eminente confronto, algo que frustrou muita gente.
Os 5 acertos da 7ª temporada de Game of Thrones
1 – O encontro de Jon Snow e Daenarys Targaryen
Os fãs aguardaram por anos que o gelo e o fogo se reunissem, algo pensado tanto pelos roteiristas da série como pelo escritor dos livros. No entanto, um grande medo havia ao redor disso, pois muitos achavam desnecessário, enquanto outros apoiavam mas esperavam coesão, e felizmente a química e a relação dos dois foi feita com muita calma, em um misto de rivalidade, parceria e tensão surgindo até se transformar em um romance que atingiu seu ápice na cena de sexo do último episódio.
2 – As Batalhas épicas
Apesar de não termos tido grandes guerras como a Batalha de Água Negra ou a Batalha dos Bastardos, tivemos três épicas cenas no sétimo ano, o ataque inesperado noturno de Euron Greyjoy no mar que chocou e empolgou, a invasão repentino de Daenarys contra os Lannisters que mostrou os efeitos e a grandiosidade dos dragão que estão agora em sua fase adulta, e por fim o combate na missão além da muralha, no intuito de capturar um morto-vivo para levar até Cersei em Porto Real.
3 – O desenvolvimento de Jaime e Sansa
Temos em Jaime Lannister e Sansa Stark dois personagens que não eram bem-vistos por grande parte dos fãs no começo, mas ao longo das temporadas do primeiro ao sétimo ano foram reveladas cada vez mais e mais camadas dramáticas deles, conhecendo cada pequeno detalhe e nos mostrando as transformações que tiveram.
Desde o final da última temporada víamos nos olhos de Jaime que seu amor doentio por Cersei ganhava dúvidas, muito disso devido a sua humanidade e empatia. Aos poucos essas dúvidas dele são trabalhadas nesse ano, até o ponto em que chegamos a um season finale onde ele abandona seu relacionamento e se une a batalha de Jon Snow e Daenarys Targaryen.
Sansa Stark havia sofrido muito nos outros anos e agora estava adquirindo uma personalidade forte como a de sua mãe Catelyn, entretanto ao longo da temporada ela aparentava estar sendo manipulada por Lorde Baelish, prestes a se voltar contra Arya, mas felizmente se provou o contrário no grande final no qual as irmãs se uniram e deram um fim aos planos esquematizados por Baelish.
4 – As conexões que fez com o caminho percorrido até aqui
Outro ponto muito positivo foi com toda certeza esse, o sétimo ano acima de tudo, adora contemplar o passado da série, fazendo muitas conexões seja pela forma que Snow ataca Mindinho – da mesma forma que Ned Stark o confrontou na primeira temporada – assim como também vemos a trama resgatar uma carta escrita por Sansa, e os monólogos de Mindinho para Varys. Essas ligações que a produção faz são extremamente importantes pois ao final, nos é revelado que toda a rebelião de Robert Baratheon partiu de uma mentira.
5 – Reciclagem de personagens
Algo que esse último ano fez foi saber como dar destino a alguns personagens perdidos e sem rumo pela história, Gendry Baratheon, Tormund, Beric e Cão de Caça se reuniram em um grupo que lutará contra os mortos-vivos, Melisandre e Davos ajudaram a conectar o arco de Daenarys com Jon Snow, e Bronn se tornou parceiro fiel de Jaime. Todos esses eram personagens com pouco a oferecer ou com trajetórias concluídas, mas que graças ao roteiro puderam dar o ar da graça mais uma vez, divertindo e tornando a história ainda mais empolgante.