Crítica: 14 Dias, 12 Noites

14 Dias, 12 Noites de Jean-Philippe Duval já chegou ao Cinema Virtual.

Na trama, Isabelle (Anne Dorval) e seu marido adotaram a filha, Clara, no Vietnã, mas a menina acabou morrendo em um trágico acidente anos depois. Ainda tentando superar o trauma, Isabelle decide viajar para conhecer o país de origem de Clara e visitar a mãe biológica da menina, Thuy Nguyen (Leanna Chea), de quem acaba ficando amiga.

Em uma linda jornada na busca por finalmente poder seguir em frente, Isabelle vivencia a terra natal da filha através dos olhos da mulher que a trouxe ao mundo.

O roteiro sabe como explorar tanto as dores e desafios da vida de Thuy Nguyen como de Isabelle, as duas precisam lidar com suas próprias questões internas e aos poucos desenvolvem uma ligação que vai caminhando e evoluindo para uma amizade.

Enquanto isso, o plano de fundo político e cultural do choque dos opostos dessas mães torna essa relação ainda mais rica e interessante de se assistir, afinal ambas possuem tantas diferenças como semelhanças.

O filme apresenta uma direção bem controlada e que se foca em um ritmo lento e angustiante para criar uma tensão que gradativamente vai crescendo conforme a história é contada, um recurso interessante que nos faz questionar qual será a reação de Thuy Nguyen quando descobrir quem realmente é Isabelle.

Porém, isso se torna um problema para a própria narrativa já que erra em não saber o momento adequado de trazer as revelações a tona, o que faz com que certa parte do filme se arraste e gire muito em círculos até decidir acabar com os mistério e isso acaba por prejudicar o desenvolvimento de Thuy Nguyen que fica com pouco tempo para desenrolar suas ações.

O elenco no geral trabalha muito bem, pois o filme lida com atuações bem naturais e cruas, mas também precisa desenvolver momentos onde os sentimentos são internalizados, algo que tanto Anne Dorval como Leanna Chea conseguem transparecer para o público.

14 Dias, 12 Noites é uma produção com ideias boas e de execução competente, mas o fato da trama girar muito em certo ponto acaba atrapalhando o seu final que se torna apressado e nos deixa com um gosto amargo, já que diminui muito a personagem não-branca da história e se não fosse o talento de Leanna Chea como atriz poderia ter até destruído a força do final.

Para assistir, o público pode acessar a plataforma pelo NOW ou escolher a sala de exibição preferida em www.cinemavirtual.com.br e realizar a compra do ingresso. O filme fica disponível durante 72 horas para até três dispositivos.