Crítica: Terras Perigosas

Através do  Cinema VirtualTerras Perigosas acaba de ser lançado e traz uma história de drama e ação ambientada na Austrália dos anos 30 e dirigido por Stephen Johnson.

Nas paisagens deslumbrantes da Austrália dos anos 1930, o jovem aborígine Gutjuk, em uma tentativa de salvar o último membro de sua família, se une ao ex-soldado Travis. Eles partem em uma jornada para rastrear Baywara, o tio do jovem, o guerreiro mais perigoso da região.

Conforme Travis e Gutjuk viajam pelo interior, uma relação de confiança começa a ser criada.Mas, quando a verdade sobre as ações passadas de Travis são reveladas, é ele quem se torna a caça.

O filme trabalha diretamente com essa colisão desses dois mundos, aquele dos nativos e dos invasores brancos e traça uma trama sobre os conflitos entre os dois lados e suas diferenças, além de mostrar como ocorrem os massacres de povos em uma colonização e de como os atos de homens brancos podem gerar uma série de consequências que não podem ser esquecidas.

A produção é em essência um faroeste de drama em termos de tom e espírito, a produção respira muito do que John Ford fez no passado para retratar homens cruéis em meio a deserto, porém aqui dentro de um contexto totalmente diferente explorando a Austrália.

O filme acaba sendo muito bem-sucedido pela sua direção e fotografia que trabalham bem com os personagens e o cenário em planos abertos e fechados que privilegiam o tom do filme e as emoções dos conflitos da trama, além de cores verde e amarelo que destacam bem os locais conforme a história vai sendo contada.

As atuações mais marcantes durante o filme são de Jacob Junior Nayinggul como Gutjuk, Sean Mununggurr como Baywara e Simon Baker como Travis, os três representam os principais pontos que o filme busca desenvolver sobre as marcas do passado e o início de todos os conflitos de colonização.

Talvez um grande problema que o filme tenha seja mais sobre sua visão política sobre colonizadores, há claro um grande esforço em retratar a crueldade de massacres sem jamais cair em uma glamorização da violência, mas o filme está muito preocupado em mostrar que nem todos eram maus e cruéis.

Isso não só é algo que representa falta de tato do diretor com os temas, mas também atrapalha os próprios conceitos que deveriam ser mais explorados como o revisionismo do passado e o sentimento de invasão dos povos, algo que poderia ter sido até amenizado se o filme tivesse optado por ser da perspectiva não branca, mas infelizmente não é esse o caso de Terras Perigosas.

Para assistir, o público pode acessar a plataforma pelo NOW ou escolher a sala de exibição preferida em www.cinemavirtual.com.br e realizar a compra do ingresso. O filme fica disponível durante 72 horas para até três dispositivos.