Crítica: Homens Não Choram

Homens Não Choram é lançamento da semana dentro do Cinema Virtual, a produção se trata de uma cinebiografia britânica sobre Paul Connolly, autor de sucesso que até os 20 anos era incapaz de ler e escrever corretamente. Seu primeiro livro foi sobre crescer em um lar comunitário, lutar para sobreviver à educação recebida e recriar sua vida.

Na trama acompanhamos a jornada de Paul Connolly (Michael Socha) relembrando da sua infância difícil em um orfanato, ao mesmo tempo que ocorre uma investigação policial sobre o suicídio de seu amigo de infância. Enquanto tenta construir um novo relacionamento com Anthea (Zoë Tapper), Paul é forçado a confrontar os responsáveis por sua infância destruída e pela morte de seu amigo.

O roteiro de Kal Bonner e Steve Crowhurst é bem conciso e com bastante fluidez ao intercalar duas linhas na trama que se conectam através de Paul, pois a história consegue temas diferentes de forma consistente tanto no presente como no passado de uma maneira que nos dá a visão do personagem que em meio a toda a investigação aos poucos ele consegue desvendar cantos obscuros de sua infância.

Não há nada muito incomum ou peculiar na forma como o texto trabalha e desenvolve Paul, mas o diferencial está em como tudo é lidado com delicadeza e certa cautela, afinal seria possível a trama cair em algum problema vicioso típico de filmes sobre trauma que intercalam presente e passado onde uma das linhas do filme se tornaria cansativa.

Porém seja tanto pelo roteiro como pelo bom ritmo que a própria direção de Steve Crowhurst traz tudo isso acaba sendo evitado conforme o filme adentra cada vez mais no psicológico e nos faz compreender muitas de suas relações no passado e como todo esse sofrimento influenciou diretamente na forma como Paul age e sente no dias atuais se recordando das tragédias de sua infância.

Esse aspecto mais simples na forma de contar a trama também ajuda muito o elenco a se beneficiar, pois graças a isso a produção muitas vezes necessita bem mais dos atores do que de partes técnicas do filme, o elenco infantil acaba se saindo muito bem com Mitchell Norman como jovem Paul demonstrando muito bem a inocência dele, mas sua versão adulta é igualmente interessante com Michael Socha pelo caminho que faz com cenas de dramas internos e que ainda arranja uma forma de ter uma certa leveza e afeto em momentos tocantes da relação de Paul com Anthea vivida por Zoë Tapper.

Homens Não Choram é um drama pesado sobre abusos e perdas na infância e que fala muito que é preciso confrontar certos traumas para poder seguir adiante com a vida, mas faz isso trazendo ainda uma ternura e conexão emocional em relações humanas tanto aquelas perdidas no passado como também as novas formadas no presente.

Um filme tão visceral quanto emocional que é muito difícil você assistir e não se pegar refletindo sobre tudo que nos é mostrado no decorrer da história, pois é sobre como alguns capítulos sombrios precisam ser enfrentados para que se possa enfim viver em paz e seguir em frente com a vida.

Para assistir aos filmes, o público pode acessar a plataforma pelo NOW ou escolher a sala de exibição preferida em www.cinemavirtual.com.br e realizar a compra do ingresso. O filme fica disponível durante 72 horas para até três dispositivos.